Na cidade de Huelva, onde tudo o que se reflete é a modernidade, uma pequena casa na C/ Berdigón nº 14 destaca-se como a única lembrança dos tempos em que os nossos antepassados mariscavam no que é, atualmente, chamado de centro.
A casa data de cerca do século XV, tendo sido construída ainda antes da Iglesia de la Concepción. Trata-se de uma típica casa de marinheiros que, na sua época, se situava na primeira linha dos pântanos. Nas traseiras, o seu chão em pedra com arestas arredondadas era utilizado pelos marinheiros para trazer os barcos dos canais, onde depois costumavam descascar o berbigão.
No interior, uma escada singular desgastada pela passagem do tempo conduz-nos à parte superior onde se encontra um quarto duplo e um quarto com uma pequena janela, com ligação ao exterior.
Aqui, era onde se guardavam os cereais, os enchidos, o peixe seco, etc. Quando as marés começaram a baixar, foi construído o pátio, com chão de barro vermelho. As suas paredes cobertas de flores de jasmim e de campainhas enchem as noites de primavera de cheiros perfumados.
O seu restauro foi iniciado em 2003 por Francisco Suárez Vaz, tendo sido depois inaugurado com uma exposição de quadros do pintor de Huelva Juan Carlos Castro Crespo. Hoje, depois de Francisco Suárez Vaz lhe ter dado um toque mais moderno, foi convertido num bar onde se mantém o mesmo encanto de antes, utilizando os seus espaços para exposições, encontros literários e eventos diversos.
Durante a sua visita à cidade de Huelva, não se esqueça de visitar estes locais e edifícios notáveis. Tenho a certeza de que voltará!